Este programa tem como finalidade a colocação de cachorros da raça Cão de Gado Transmontano em rebanhos do Nordeste Transmontano onde se nota a falta de bons cães de defesa contra os ataques de lobos. Os cachorros utilizados são provenientes de explorações de gado com bons exemplares desta raça canina.
O Programa de Distribuição de Cão de Gado Transmontano foi criado pelo Parque Natural de Montesinho em 1994. Actualmente, este programa é cumprido através de um protocolo celebrado em 2005 entre a Associação de Criadores do Cão de Gado Transmontano e o Parque Natural de Montesinho.
A preservação desta raça depende da manutenção da sua função de guarda contra ataques de predadores. Parte deste objectivo tem sido atingido através de um programa de distribuição de Cão de Gado Transmontano em rebanhos no Nordeste Transmontano.

 
 
 
 
 

A inscrição de requerentes que solicitam cães de gado deve ser efectuada nos serviços das áreas protegidas da região (Parque Natural de Montesinho ou Parque Natural do Douro Internacional), ou directamente junto dos agentes desses serviços durante a vistoria de casos de ataque de lobos.
A atribuição de cachorros a rebanhos é feita de acordo com uma lista de espera mantida e ordenada pelos serviços do Parque Natural de Montesinho, que ficará sujeita aos seguintes critérios de prioridade (por ordem decrescente de prioridade): i) situações de grande necessidade de cães em virtude da verificação de elevado número de ataques de lobo; ii) ser associado da Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano; iii) explorações dentro de uma área protegida; iv) antiguidade do pedido.

 
 
 
 
 

O maneio das ninhadas começa pela identificação e selecção dos cachorros e progenitores. Sempre que é aceite uma ninhada, é aplicado o seguinte protocolo:

  • Após visitação da ninhada na primeira semana de vida é fornecida ração apropriada para os cachorros e para as cadelas aleitantes; o fornecimento de alimentação mantém-se durante todo o período de acompanhamento da ninhada;
  • Aos quinze dias de idade é criada uma ficha individual com o resenho dos cachorros; procede-se à primeira desparasitação interna e levantamento de dados biométricos;
  • Ao mês de idade realiza-se a segunda desparasitação interna dos cachorros, desparasitação externa (quando necessária) e levantamento de dados biométricos;
  • Às sete semanas de idade é feita a vacinação e é colocada a identificação electrónica; realiza-se mais uma vez o levantamento de dados biométricos; os cachorros permanecem ainda no criador durante um período de cerca de dez dias para reacção à vacinação;
  • Após os dois meses de idade os cachorros são colocados em rebanhos, de acordo com a ordem definida em lista de espera; na recepção do cachorro, o beneficiário recebe o respectivo Boletim Sanitário e assina um documento onde toma conhecimento de todas as condições do Programa (ver caixa Compromissos Assumidos pelos Beneficiários do Programa Cão de Gado Transmontano do Parque Natural de Montesinho);
  • Um mês depois da a primeira vacinação realiza-se, já no domicílio do novo proprietário, o reforço da primeira vacinação bem como desparasitações - interna e externa; nesta altura verifica-se o estado geral do animal e actualiza-se os dados biométricos; fica, então, concluído o processo de atribuição do cachorro;
  • Posteriormente é enviado ao beneficiário o Registo do cachorro na raça Cão de Gado Transmontano, emitido pelo Clube Português de Canicultura.

Em todas as ninhadas acompanhadas pelo programa procede-se ao preenchimento do Boletim de Registo de Ninhada e da Ficha de Registo Individual (base de dados do Parque Natural de Montesinho) e ao envio desses documentos ao Clube Português de Canicultura.

Apenas são adquiridos cachorros a criadores que aceitem as condições do protocolo de funcionamento do programa de distribuição e que são as seguintes:

  • Toda a ninhada de origem dos cachorros utilizados no programa deverá ser submetida ao protocolo descrito;
  • Pelo menos um dos cachorros de cada ninhada será adquirido pelo programa;
  • Não é permitida a saída de cachorros da ninhada antes do final de todos os tratamentos sanitários previstos;
  • São recolhidas amostras de sangue dos progenitores, bem como de todos os cachorros das ninhadas, a fim de permitir a realização futura da respectiva sequenciação genética;
Visto que estes cães de trabalho não vivem em espaços confinados, convivendo com outros cães da vizinhança, é possível que as cadelas nem sempre se tenham cruzado com o macho que os criadores supõem ser o progenitor da ninhada; assim é realizado por rotina o teste de paternidade a um cachorro de cada ninhada.
 
 
 
 
 

Nas figuras seguintes podem observar-se o número de cachorros entregues desde o início do programa (de 1994 a 2007) a distribuição de cachorros, assim como as freguesias onde se têm verificados ataques de lobo.

O forte aumento do número de cães de gado nos rebanhos parece ter dado uma contribuição significativa para a diminuição de prejuízos causados por lobo. Todavia, existem vários factores que podem contribuir para a diminuição registada, como a existência de mais áreas naturais devido ao abandono da agricultura, e a consequente presença mais presas naturais (corço e javali) para o lobo, ou como uma ligeira diminuição do número dos rebanhos de ovinos e caprinos, deixando disponíveis melhores pastos, neste caso, não havendo tanta necessidade de recorrer a zonas de matagais e bosques onde há mais ataques.

Assim, nos últimos 5 anos tem-se verificado um decréscimo continuado do número de prejuízos no conjunto dos concelhos de Bragança, Vinhais, Vimioso, Macedo de Cavaleiros e Mirandela e que certamente terá alguma relação com as entregas de cães da raça Cão de Gado Transmontano nos rebanhos como se pode observar nas figuras.

Um aspecto importante do maneio dos cachorros utilizados no programa, e que os torna mais aptos à sua função de protecção, é o facto de nascerem nas explorações pecuárias, muitas vezes no interior das próprias curriças que servem de abrigo ao gado, sendo colocados directamente noutras explorações. Em grande número de casos, o cão de gado não conhece a morada do dono. O gado é a sua casa. Assim, desde o nascimento, vai estabelecendo uma relação de grande proximidade em relação ao gado doméstico que tem que acompanhar e proteger ao longo da sua vida.
 
 
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